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1972 |
1. | |
2. | Bala com Bala |
3. | Nada será como antes |
4. | Mucuripe |
5. | Olhos abertos |
6. | Vida de Bailarina |
7. | |
8. | Atrás da Porta |
9. | |
10. | Me deixa em Paz |
11. | |
12. | Boa Noite, Amor |
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Ontem de manhã, quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de vinte anos
Eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligada num futuro blue
Os meus pais nas minhas costas
As raízes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos
Pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal
Essa calma que inventei, bem sei
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de vinte anos
Eu quero as cores e os colírios, meus delírios
Estou ligada num futuro blue
Os meus pais nas minhas costas
As raízes na marquise
Eu tenho mais de vinte anos
O sangue jorra pelos furos
Pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal
Ontem de manhã, quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de vinte anos
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É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É um caco de vidro
É a vida, é o sol
É a noite, é a morte
É um laço, é o anzol
É peroba do campo
É o nó da madeira
Caingá, Candeia
É o matita-pereira
É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É um mistério profundo
É o queira ou não queira
É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga, é o vão
Festa da Cumeeira
É a chuva chovendo
É conversa ribeira
Das águas de Março
É o fim da canseira
É o pé, é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira
É uma ave no céu
É uma ave no chão
É um regato é uma fonte
É um pedaço de pão
É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto um desgosto
É um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego
É uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando
É uma conta é um conto
É um peixe, é um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando
É a lenha, é o dia
É o fim da picada
É a garrafa de cana
Estilhaço na estrada
É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte
É um sapo, é uma rã
É um resto de mato
Na luz da manhã
São as águas de Março
Fechando o verão
E a promessa de vida
No teu coração
É uma cobra, é um pau
É João é José
É um espinho na mão
É um corte no pé
São as águas de Março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração
É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte
É um sapo, é uma rã
É um belo horizonte
É uma febre terçã
São as águas de Março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração
-Pau, -edra, -im, -nho
-Esto, -oco, -ouco, -inho
-Aco, -idro, -ida, -ol
-Oite, -orte, -aço, -zol
São as águas de Março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração
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Para quem quer se soltar
Invento cais
Invento mais
Que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento amor
E sei a dor
De me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir
Eu quero mais
Tenho um caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez
De me lançar
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Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor
Muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito
E nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar
No tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo
E nada mais
Eu quero carneiros e cabras
Pastando solenes no meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E um filho de cuca legal
Eu plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal
Pau-a-pique e sapê
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais
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