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Edu Lobo




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Edu Lobo Album


A Música de Edu Lobo por Edu Lobo (1965)
1965
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. . .


Vam'borandá
Que a terra já secou, borandá
É, borandá
Que a chuva não chegou, borandá

Já fiz mais de mil promessas
Rezei tanta oração
Deve ser que eu rezo baixo
Pois meu Deus não ouve não
Deve ser que eu rezo baixo
Pois meu Deus não ouve não

Vou me embora, vou chorando
Vou me lembrando do meu lugar
É, borandá
Que a terra já secou, borandá
É, borandá
Que a chuva não chegou, borandá

Quanto mais eu vou pra longe
Mais eu penso sem parar
Que é melhor partir lembrando
Que ver tudo piorar
Que é melhor partir lembrando
Que ver tudo piorar

. . .


É vou contar o que há
É tempo de dizer quem sou
Sim, eu cansei de lutar
E agora quero descansar

Tanto eu esperei para vencer
E agora vejo que perder
Nada mais é do que cansar

Eu cansei e perdi
Em tanta coisa acreditei
Se ninguém viu o que eu vi
Ninguém sabe mais do que eu sei
Mas se a esperança vai me deixar
E nem mais vou saber chorar
Nem sorrir, sem amor para dar

Não, é preciso não morrer
É preciso decidir de uma vez
O que há pra fazer

Ou viver ou morrer
Há tanto para se fazer
Ou viver ou morrer
Há tanto para se fazer

Todas as canções que eu já cantei
Agora têm que me valer
E me fazer acreditar
Que é preciso viver
E o resto é só deixar pra lá

E mesmo, só vou seguir
E nada me fará mudar
Nada me fará mudar

. . .


Sim, eu sei
Volto de novo sabendo o quanto errei
Volto contando as histórias
As mesmas histórias
E no entanto eu nem lembro
Daquelas promessas que eu fiz
Só eu sei
Tanta tristeza nas noites onde andei
Tanta saudade dos sonhos
Que eu sempre sonhei
E então aprendi
Que a beleza que existe é você
Você sorrindo
Só me faz acreditar
Que só é triste
Quem não tem por quem chorar
Que só é triste
Quem não tem por quem chorar

. . .


Barco deitado na areia, não dá pra viver
Não dá...
Lua bonita sozinha não faz o amor
Não faz...
Toma a decisão, aleluia
Que um dia o céu vai mudar
Quem viveu a vida da gente
Tem de se arriscar

Amanhã é teu dia
Amanhã é teu mar, teu mar
E se o vento da terra que traz teu amor, já vem
Toma a decisão, aleluia
Lança o teu saveiro no mar
Bê-a-bá de pesca é coragem
Ganha o teu lugar

Mesmo com a morte esperando
Eu me largo pro mar, eu vou
Tudo o que eu sei é viver
E vivendo é que eu vou morrer
Toma a decisão, aleluia
Lança o teu saveiro no mar
Quem não tem mais nada a perder
Só vai poder ganhar

. . .


Olorum bererê
Olorum bererê
Olorum ici beobá
Olorum bererê
Olorum bererê
Olorum ici beobá

Avê meu pai
O teu filho morreu
Avê meu pai
O teu filho morreu

Sem ter nação para viver
Sem ter um chão para plantar
Sem ter amor para colher
Sem ter voz livre pra cantar
É, meu pai morreu
É, meu pai morreu

Salve meu Pai
O teu filho viveu
Salve meu Pai
O teu filho viveu

E preciso ter força para amar
E o amor é uma luta que se ganha
É preciso ter terra prá morar
E o trabalho que é teu, ser teu
Só teu, de mais ninguém
Só teu, de mais ninguém

Salve meu Pai
O teu filho viveu
Salve meu Pai
O teu filho viveu

E muito mais é preciso é não deixar
Que amanhã por amor possas esquecer
Que quem manda na terra tudo quer
E nem o que é teu bem vai querer dar
Por bem, não vai, não vai
Por bem, não vai, não vai

Salve meu Pai
O teu filho viveu
Salve meu Pai
O teu filho viveu

Olorum bererê
Olorum bererê
Olorum ici beobá

. . .


É Zambi no açoite, ei, ei é Zambi
É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi
É Zambi na noite, ei, ei, é Zambi
É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi

Chega de sofrer
Eh! Zambi gritou
Sangue a correr
É a mesma cor
É o mesmo adeus
E a mesma dor

É Zambi se armando, ei, ei é Zambi
É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi
É Zambi lutando, ei, ei, é Zambi
É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi

Chega de viver
Na escravidão
É o mesmo céu
O mesmo chão
O mesmo amor
Mesma paixão

Ganga-Zumba ei, ei, vai fugir
Vai lutar tui, tui, tui, tui, com Zambi
E Zambi gritou ei, ei, meu irmão
Mesmo céu, tui, tui, tui, tui, mesmo chão

Vem filho meu, meu capitão
Ganga-Zumba liberdade, liberdade
Ganga-Zumba vem meu irmão

É Zambi lutando
É lutador
Faca cortando
Talho sem dor
É o mesmo sangue
E a mesma cor

É Zambi morrendo, ei, ei é Zambi
É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi
Ganga-Zumba, ei, ei, vem aí

. . .


Por amor andei, já
Tanto chão e mar
Senhor, já nem sei
Se o amor não é mais

Bastante pra vencer
Eu já sei o que vou fazer
Meu Senhor, uma oração
Vou cantar para ver se vai valer

Laia, ladaia, sabatana, Ave Maria
Laia, ladaia, sabatana, Ave Maria
Ó meu santo defensor
Traga o meu amor

Laia, ladaia, sabatana, Ave Maria
Laia, ladaia, sabatana, Ave Maria
Se é fraca a oração
Mil vezes cantarei

Laia, ladaia, sabatana, Ave Maria
Laia, ladaia, sabatana, Ave Maria

. . .


Eh, tem jangada no mar
Eh, hoje tem arrastão
Eh, todo mundo pescar
Chega de sombra João
Joviu!

Olha o arrastão
Entrando no mar sem fim
Eh, meu irmão me traz
Yemanjá prá mim

Olha o arrastão
Entrando no mar sem fim
Eh, meu irmão me traz
Yemanjá prá mim

Minha Santa Bárbara
Me abençoai
Quero me casar
Com Janaína

Eh, puxa bem devagar
Eh, eh, eh, já vem vindo o arrastão
Eh, é a Rainha do Mar
Vem, vem na rêde João
Prá mim!

Valha-me Deus
Nosso Senhor do Bonfim
Nunca jamais se viu
Tanto peixe assim

Valha-me Deus
Nosso Senhor do Bonfim
Nunca jamais se viu
Tanto peixe assim

Minha Santa Bárbara
Me abençoai
Quero me casar
Com Janaína

. . .


Quando eu vi
Teus olhos se fechar
Teu olhar
Aos poucos se perder

Devagar morrias
Era inútil
O meu imenso espanto
E a tua cor
Ganhou o tom mais triste
Do nosso eterno adeus

Eu vim
Te ver mais uma vez
Uma flor
Te deixo neste adeus...

. . .


Estamos chegando daqui, dali
E de todo lugar
Que se tem pra partir
Estamos chegando daqui, dali
E de todo lugar
Que se tem pra partir

Trazendo na chegança
Foice velha, mulher nova
E uma quadra de esperança
E uma quadra de esperança

Ah, se viver fosse chegar
Ah, se viver fosse chegar
Chegar sem parar
Parar pra casar
Casar e os filhos espalhar
Por um mundo num tal de rodar
Por um mundo num tal de rodar
Por um mundo num tal de rodar

Ah, se viver fosse chegar
Ah, se viver fosse chegar
Chegar sem parar
Parar pra casar
Casar e os filhos espalhar
Por um mundo num tal de rodar
Por um mundo num tal de rodar
Por um mundo num tal de rodar

. . .


Ouve
Fecha os olhos, meu amor
É noite ainda, que silêncio!
E nós dois
Na tristeza de depois
A contemplar
O grande céu do adeus

Ah, não existe paz
Quando o adeus existe
E é tão triste o nosso amor
Oh, vem comigo em silêncio
Vem olhar esta noite amanhecer
Iluminar

Aos nossos passos tão sozinhos
Todos os caminhos
Todos os carinhos
Vem raiando a madrugada

. . .


Quando eu morrer
E é tão triste a gente ir
Ter que deixar tanta esperança
Tanta gente a quem amar
Quem sabe alguém
Pra me olhar
Quando eu morrer
E é tão triste a gente ir

Ah, se eu pudesse
Ter te encontrado
A dor da morte era assim igual
Mas mil vidas dadas
Uma só guardar
Para viver sempre
Toda sempre ao lado teu

Quando eu morrer
E é tão triste a gente ir
Alguém escreva para mim
Numa primavera qualquer
A palavra liberdade
Junto ao meu desespêro
De acabar
Quando eu morrer

. . .


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